Teste: Nissan Versa Sense mostra que ainda há espaço para o câmbio manual
A Nissan conseguiu melhorar seu sedã mais barato – sem estourar o orçamento – e manter o carro dentro de sua faixa de preço
 
    Compreender a existência do Nissan Versa Sense MT requer uma boa dose de recortes temporais: em época de SUVs dominantes, a japonesa buscou aperfeiçoar qualidades da geração passada de seu sedã de entrada, ao mesmo tempo que procurou ser elegante na simplicidade.
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Ele não é mais barato que o Chevrolet Onix Plus, por exemplo, e na verdade se preocupa mais com o VW Virtus 1.6 MSI (R$ 83.340), que também traz porte de sedã médio graças ao generoso entre-eixos e à inspiração em modelos mais caros (Sentra e Jetta, respectivamente).
No caso do Versa, essa distância é de 2,62 m, fazendo dele um queridinho de motoristas de aplicativos e pais de prole farta desde a geração anterior – agora chamada de V-Drive e cujos atributos ditaram a filosofia do sucessor lançado no ano passado.
 
    A própria Nissan destaca o espaço interno como atrativo principal do Versa, e não ousaria atacar esse trunfo do modelo ao renová-lo como parte de uma estratégia global de atualização do portfólio. Pelo contrário, buscou destrinchar e atacar, humildemente, as vulnerabilidades apontadas pelos consumidores.
De cara vemos que a estética é uma delas e, graças à traseira mais empinada, o Versa chama atenção e causa menos estranheza, ainda que a dianteira mantenha o caimento. Em busca de trazer charme à versão básica, também há máscara negra nas luzes, teto flutuante e difusor decorativo sob o para-choque traseiro, ao passo que rodas de ferro quebram um pouco da harmonia na lateral.
Escolhas contestáveis são mais comuns internamente, onde itens como chave presencial poderiam ceder espaço a um rádio melhor, com display de cristal líquido, por exemplo. O novo volante traz ajuste de profundidade e, apesar da boa combinação de cores, o painel flerta com a breguice ao inserir texturas plásticas que imitam costura.
 
    Para a sorte da Nissan, isso acaba ofuscado pelo desempenho do afinado motor 1.6 16V flex, que agora chega aos 114 cv e 15,5 kgfm (gasolina e etanol) e também serve aos modelos de topo Advance e Exclusive.
Na solitária versão manual, bastou refinar as relações de marcha usadas no V-Drive para que o carro se mostrasse bem obediente e mais ágil, ainda que o consumo seja ligeiramente maior que o das versões de câmbio CVT.
Outras virtudes envolvem bancos confortáveis, excelente espaço a todos, como a Nissan salientou, e seis airbags. Também há assistente de partida em rampas e sensor de estacionamento, que, dada a impossibilidade se enxergar o capô, peca por não ser instalado também na dianteira.

Com vidros e borrachas mais grossos e mantas isolantes espalhadas pela carroceria, a cabine tem silêncio muito agradável, realçando o ótimo sistema de som que lida bem com diferentes frequências e distorce pouco.
A elevada rigidez torcional da carroceria ainda corrigiu os rangidos (excessivos até mesmo no compacto March) e permite decretar: foi-se o tempo das piadas de que o Versa parecia um ônibus articulado.
O problema é que a nova geração está mais pesada, enquanto suas dimensões se mantiveram quase iguais, e isso contribui para a propagação de um momento desestabilizador muito notável em curvas e ondulações.
Com estrutura mais dura e ângulo de rolagem, segundo a fábrica, 15% menor, a margem para dissipação da energia diminuiu, fazendo o carro oscilar muito.
 
    O sacolejo cansa e incomoda até em asfalto bom, ainda que a Nissan tenha calibrado a suspensão sob medida para o Brasil. Em trechos piores e velocidades específicas chega a haver ressonância à medida que as molas transferem, de um lado ao outro, o esforço da massa suspensa – e tornam o porta-copos quase decorativo.
É uma falha corrigível e natural à medida que grandes alterações são feitas, mas tira um pouco da eficiência elegante do sedã, cotado a R$ 83.690 – que, convenhamos, não permitem exigências demais.
Mesmo assim, a evolução é louvável e sinaliza transparência e honestidade da montadora, que, com escolhas ligeiramente diferentes nos itens de série, tem fôlego de sobra para reduzir a margem para os modelos rivais.
 
    Veredicto
Melhorou muito, mas falta suspensão mais calibrada e pragmatismo nos equipamentos de série.
Teste de desempenho – Versa Sense MT
- Aceleração:
 0 a 100 km/h: 9,9 s
 0 a 1.000 m: 31,2 s – 167,2 km/h
- Velocidade Máxima:
 n/d*
- Retomada:
 D 40 a 80 km/h: 6,6 s
 D 60 a 100 km/h: 9,4 s
 D 80 a 120 km/h: 14,4 s
- Frenagens:
 60/80/120 km/h -13,5/24,5/58,2 m
- Ruído Interno
 Neutro/rpm máx.: 43,1/68,3,4 dBA
 80/120 km/h: 66,4/71,3 dBA
- Consumo:
 Urbano: 11,6 km/l
 Rodoviário: 16 km/l
- Aferição
 Velocidade real a 100 km/h: 92 km/h
 Rotação do motor a 100 km/h em 5ª marcha: 2.750 rpm
 Volante: 2,5 voltas
- Seu bolso
 Preço básico: R$ 83.690
 Garantia: 3 anos
- Condições de teste:alt. 660 m; temp., 27,5 °C; umid. relat., 70%; press., 1.015 kPa
 
     
    Ficha Técnica – Versa Sense MT
- Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cil., 16V, 1.598 cm³, 114 cv a 5.600 rpm, 15,5 kgfm a 4.000 rpm
- Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
- Suspensão: ind. McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
- Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
- Direção: elétrica, 10,7 m (diâmetro de giro)
- Pneus: 195/65 R15
- Dimensões: comprimento, 449,5 cm; largura, 174 cm; altura, 146,5 cm; entre-eixos, 262 cm; porta-malas, 466 l
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