Teste: Novo Chevrolet Onix RS tem visual instigante, mas emoção é limitada
Versão tem apelo esportivo, mas conjunto mecânico é o mesmo das demais versões turbinadas, com 1.0 turbo de 116 cv e câmbio automático
Quando a GM anunciou o lançamento de um Onix RS, todos ficamos animados com um potencial rival para modelos como VW Polo GTS e Renault Sandero RS. Ainda mais depois de alguns flagras de unidades camufladas, que deixavam aparecer alguns detalhes externos, mas sem pista do que estaria sob o capô.
Confira o vídeo:
Agora, após por as mãos no carro, vem a constatação de que se trata de mais uma versão “esportivada”, que tantas vezes já vimos. Antes do Onix RS, a própria GM já tinha nos presenteado com modelos como Astra, Corsa e até Meriva SS, que, a despeito do visual interessante, não tinham mudanças mecânicas.
Isso porque o Onix RS tem sob o capô o já conhecido 1.0 turbo de 116 cv das outras versões do hatch. O câmbio, pasmem, é automático de seis marchas, num conjunto competente, mas que não transpira lá muita esportividade. Não tem modo “Sport” ou trocas sequenciais na alavanca, tampouco borboletas no volante.
A suspensão também não tem mudanças, bem com o conjunto de rodas e pneus, das mesmas dimensões das versões LTZ e Premier do Onix, com 16 polegadas.
Se o 1.0 turbo pode não despertar grandes emoções, o visual ao menos é bem acertado. O modelinho chama atenção pode onde passa, e ainda ostenta emblemas RS na grade dianteira e na tampa do porta-malas.
A grade, aliás, é de plástico preto brilhante, que ganha destaque no modelo branco das fotos. Os faróis têm mascaras escuras, bem como a capa dos retrovisores externos e os emblemas, também pintados de preto. O Onix RS também ganha luzes diurnas de led, e perde os faróis de neblina do LTZ, na qual é baseada.
A rodas do RS têm desenho exclusivo, mas que é difícil de ver com a pintura preta também aplicada. Há também saias laterais.
Atrás, um spoiler bem maior é destaque no alto da tampa traseira. Já o para-choque ganhou um aplique extra. Curioso é o vão onde entraria uma lanterna traseira de neblina, presente nos Onix 2020, mas eliminada na linha 2021 e que o RS não chegou a tê-la.
O visual é bem acertado e é a principal razão de decisão pela compra da versão, que custa apenas R$ 1.000 a mais que a LTZ.
Por dentro, não há muito mais do que o básico. A versão ganha uma cabine toda escura, com painel, bancos e teto pretos. Há itens como ar-condicionado, direção assistida, trio elétrico e central multimídia.
A versão RS, como o restante da gama, tem central com tela maior, de 8 polegadas, a mesma do Tracker. Os air-bags laterais e de cortina continuam, bem como os controles de estabilidade e tração.
Só que o RS já nasceu com o regime na lista de equipamentos sofrido pela linha 2021 do Onix. Isso significa que o modelo deixa de fora alguns itens importantes, que brilhavam na lista antiga de equipamentos.
O RS não traz carregador sem fio para celulares e portas USB para o banco traseiro. O ar-condicionado tem ajustes manuais e também não há sensores de luz ou chuva. O RS deixa de fora ainda uma útil câmera de ré. Esses itens agora são restritos às versões Premier, bem mais caras.
Em movimento, tudo igual aos outros Onix turbinados. O 1.0 demora um pouco para entregar mais força, com o ânimo aparecendo só acima de 2 mil giros. A partir daí, a potência aparece mais, mas com alguns solavancos. O 1.0 deve alguma suavidade, embora entregue boas respostas.
O câmbio automático, também com a mesma programação do restante da linha, que privilegia a economia de combustível, trocando marchas mais cedo. O RS também poderia ter trocas de marcha por aletas no volante, item também deixado de fora.
Curiosamente, o RS ainda teve desempenho ligeiramente pior do que outras versões já testadas por Quatro Rodas anteriormente. O O RS é ágil, mas não vai além das capacidades do 1.0. Uma alternativa seria instalar o 1.2 turbo do Tracker, com até 133 cv, e diferenciá-lo mais do restante da gama.
O Onix RS ter motor 1.0, aliás, revela a escolha pelo caminho mais conservador da GM para o modelo. Em vez de criar um Onix propriamente especial, mas de nicho (e mais caro), como os Polo GTS e Sandero RS, a versão esportivada se integra melhor à linha, e tem melhores chances de ser mais popular do que um carro de nicho.
E assim, ao menos mantém viva uma (pequena) chama de esportividade na linha nacional da Chevrolet.
Teste – Chevrolet Onix RS (com gasolina)
Aceleração
0 a 100 km/h (s): 11,2
0 a 1.000 m (s; km/h): 34,1/157,6
Velocidade máxima (km/h*): n/d
Retomadas
40 a 80 km/h (s): 4,7
60 a 100 km/h (s): 5,7
80 a 120 km/h (s): 8,15
Frenagens
120/80/60 km/h – 0 (m): 58/25,9/14,3
Consumo
Urbano/rodoviário (km/l): 15,4/17,1
Ruído interno
Ponto Morto/Rot. máx./80/120 km/h (dBA): 45/65,1/63,8/71,1
Aferição
Velocidade indicada (km/h): 100
Velocidade real (km/h): 98
Rotação do motor (rpm): 2.100
Ficha técnica
Preço: R$ 75.590
Motor: flex, diant., transv., 3 cil., 12V, injeção multiponto, 999 cm³, 74 x 77,49 mm, 116 cv a 5.500 rpm, 16,8/16,3 kgfm a 2.000 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira Direção: elétrica, , 10,6 m (diâmetro de giro)
Suspensão: McPherson, eixo de torção (tras.) Freios: disco ventilado (diant.) e tambor (tras.)
Pneus: 195/55 R16
Peso: 1.117 kg,
Peso/potência: 9,63 kg/cv Peso/torque: 66,49/68,52 kg/kgfm
Dimensões: comprimento, 416,3 cm; largura, 174,6 cm; altura, 147,1 cm; entre-eixos, 255,1 cm; altura livre do solo, 12,8 cm; peso, 1.075 kg; tanque, 44 litros; porta-malas, 275 litros
- agradecimentos ao Box 54 – box54.com.br
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