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Yamaha XT 660R x Yamaha 660Z Ténéré x BMW G 650 GS

As maiores supertrail monocilíndricas do mercado se reúnem para mostrar qual é a mais afinada

Por Edu Zampieri | fotos: Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 11h55 - Publicado em 4 jan 2012, 10h33
Yamaha XT 660R x Yamaha 660Z Ténéré x BMW G 650 GS

Torque e disposição para longas viagens, simplicidade mecânica e robustez. As vantagens dos motores monocilíndricos são inúmeras, a começar pela largura da moto: as monocilíndricas são sempre as mais estreitas (por cilindrada, são também as mais leves), o que as credencia para as eventuais incursões for a de estrada. A maior desvantagem é a vibração.

Reunimos as motos supertrail com os maiores monocilindros do mercado, a BMW G 650 GS e as irmãs Yamaha, a primogênita XT 660R e a recém-chegada XT 660Z Ténéré. Faltou a versão Sertão da 650 GS, uma alemãzinha de alma selvagem não disponível no Brasil até o fechamento desta edição.

Magrela e brava

A XT 660R tem o visual mais agressivo, reconhecido nas ruas pelas duas ponteiras saindo por cima, encostadas a uma rabeta pontiaguda. As aletas do radiador remetem ao estilo das motos de motocross e o conjunto óptico dianteiro é minimalista, muito bem casado com a proposta.

Traz balança da suspensão traseira (em tubos de aço de seção retangular) e rodas na mesma cor negra. A posição de pilotagem parece com a de uma moto de motocross. Guidão largo (de ferro) e banco reto, com espuma densa, confirmam a disposição para o fora de estrada. A XT faz o condutor ficar com os braços abertos e o corpo próximo da roda dianteira, posição esportiva se comparada com a oferecida por G 650 GS e Ténéré 660. Apesar de possuir um para-brisa frontal, fumê, o banco duro e quadrado não facilita a vida em viagens longas. A bagagem vai ter que ir nas costas dela – reclamações à vista.

Mais baixinha

Com roda de aro 19 na dianteira (é a única do comparativo a tê-la, as demais são de 21 polegadas) e altura do banco cerca de 10 cm mais baixa que as irmãs XT, a BMW G 650 GS facilita a vida de quem tem menos de 1,8 metro de altura. Com pedaleiras bem baixas e pouco recuadas, na G 650 GS o piloto fica encaixado numa posição equivalente à de uma cadeira, com as costas retas e os joelhos pouco flexionados.

No face-lift que recebeu há pouco, a menor das GS ficou bem parecida com a extinta G 650 GS bicilíndrica. A nova bolha cresceu, dando mais proteção aerodinâmica ao piloto, e com o novo painel rejuvenesceu a moto.

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As rodas agora são de liga leve, montadas com pneus sem câmara, indicando ainda mais que sua proposta é voltada majoritariamente ao asfalto. Ela também vai bem na estrada, mas é na cidade que se sobressai, mostrando-se uma excelente opção para ir ao trabalho, ao clube, à escola e à academia.

A Ténéré 660 é peculiar. Tem um visual bem, digamos, “dakariano”. Explico: não agrada a todos, especialmente aos mais conservadores, pois é extremamente radical, fazendo clara referência a motos de rali.

A XT 660Z vai enganar muita gente que acredita que ela é apenas uma XT 660R carenada e com o tanque de gasolina ampliado. A Ténéré 660 é praticamente outra moto. A posição de pilotagem é diferente. O banco é mais ergonônico, com mais espuma, e talvez por isso mais alto que na XT normal.

O tanque, que ganhou capacidade suplementar para mais 8 litros, não exige que o piloto fique com as pernas abertas. Ao contrário, ele chega a ser mais estreito entre os joelhos se comparado com o da XT 660R.

O guidão de alumínio está posicionado bem mais alto que o das concorrentes, e a bolha para-brisa, se não cobre totalmente o capacete, pelo menos cobre o peito e permite manter velocidades elevadas de cruzeiro por mais tempo. O duplo disco de freio dianteiro garante muito mais poder de frenagem que as duas concorrentes deste comparativo – vantagem importante – e as suspensões são superiores.

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As bengalas dianteiras contam com regulagens de compressão da mola e garantem um curso de roda de 210 mm, 15 mm a menos que a XT 660R e 40 mm a mais que as da BMW G 650 GS.

Na traseira, além de uma bonita balança forjada de alumínio, bem diferente das básicas, estampadas, que equipam as concorrentes, o amortecedor conta com reservatório de gás separado, possibilitando, além da tradicional regulagem de pré-carga da mola, a possibilidade de acertar a velocidade do retorno.

Diferentemente das rivais, na Ténéré o acompanhante fica bem instalado em posição mais elevada que o piloto e ainda sobra espaço para amarrar bagagens. A Yamaha também oferece malas rígidas de alumínio como acessórios. O bagageiro da moto é praticamente um encaixe para o baú traseiro.

Na prática

Exatamente como o design indica, os desempenhos dinâmicos e as respectivas posições de pilotagem estão muito bem acertados com as propostas de utilização. As duas Yamaha contam com a mesma potência máxima de 48 cv a 6 000 rpm e pequenas diferenças no torque máximo, que é de 5,95 mkgf a 5 250 rpm para a XT-R e de 5,95 mkgf a 5 500 para a Ténéré.

A BMW declara 50 cv a 6 500 rpm e 6,1 mkgf a 5 000 rpm de potência e torque máximos, respectivamente.

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Quase iguais nos números, elas são bem diferentes na mão. Os engenheiros da Yamaha trabalharam, curiosamente, para que a moto mais estradeira ficasse com uma curva de potência mais linear e menos explosiva.

A Ténéré aceita rodar em baixa velocidade sem trancos na transmissão final, ao contrário do que acontece com a instigante XT 660R, que quer sempre o acelerador aberto. A G 650 GS foi a mais rápida nas acelerações.

Surpreendente mesmo é perceber que a Ténéré, com seu visual desértico e desenvolvida para engolir terra, mostrou- se mais comportada nas provas de acelerações e retomadas. Já nas frenagens, ela é bem superior.

A bomba de freio maior com manete regulável e os dois discos na frente fazem total diferença nas frenagens, tanto na sensibilidade quanto no menor espaço até a imobilidade.

As suspensões da Yamaha XT 660Z Ténéré também estão um passo à frente das rivais. Oferecem extremo conforto sem comprometer a estabilidade. Na terra, a diferença é brutal, principalmente diante da G 650 GS.

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Apesar das semelhanças na configuração de motor e no desempenho, a BMW G 650 GS é uma moto muito mais voltada para uso urbano e rodoviário, mas no asfalto, com posição de pilotagem ereta e confortável.

A velha conhecida XT 660R também vai bem na cidade, mas já é capaz de atender a pilotos mais experientes, que sabem domar a fúria da roda dianteira querendo levantar a todo instante nas acelerações e retomadas.

A XT 660Z Ténéré vem pronta para engolir estradas, boas ou ruins. Sua curva de potência menos explosiva contribuiu para um ótimo consumo de 22 km/l. Com um tanque de 22 litros, ela faz jus, sim, ao glorioso título de Ténéré: a rainha do deserto.

Yamaha XT 660Z Ténéré

TOCADA

Impressionantemente prazerosa em qualquer tipo de terreno. Seja na terra ou no asfalto, ela dá aula de eficiência. Em movimento mostra-se menor do que aparenta ser.

★★★★★

DIA A DIA

É alta demais, mas se isso não for problema, é neutra, equilibrada e surpreendentemente fácil de trafegar entre os carros.

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★★★★

ESTILO

Igual ao das motos vencedoras de ralis. Alta, robusta e pronta para qualquer desafio. Há quem não goste. Nós adoramos!

★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

Assim como sua irmã R, o motor é à prova de bombas! Com nova gestão eletrônica, ficou mais Redondo e econômico. O câmbio para essa proposta merecia a sexta marcha.

★★★★SEGURANÇA

Que freios são esses? Chega a ser um exagero o poder de frenagem. Um dedo no manete é mais que suficiente.

★★★★★

MERCADO

Ainda é cedo para saber sobre a aceitação. Se as concessionárias forem bem abastecidas, tem tudo para fazer sucesso, apesar da concorrência acirrada.

★★★★

Yamaha XT 660R

TOCADA

Nem esportiva como uma moto de competição nem pacata como uma moto comportada. Divertida, com certeza.

★★★

DIA A DIA

Um pouco alta, mas faz a buraqueira da cidade virar um tapete.

★★★★

ESTILO

Agradável, apesar dos anos. As duas ponteiras de escape, a rabeta afilada e as aletas estilo motocross dão de dez na G 650 GS.

★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

O motor é à prova de bala. Não rende extrema velocidade final, mas é torcudo e superconfiável, como o câmbio.

★★★★

SEGURANÇA

O freios são os piores entre as motos deste comparativo. Uma bomba mais potente de freio na dianteira seria muito bem-vinda.

★★★

MERCADO

A Yamaha abaixou o preço. É a mais barata deste comparativo. Venderia muito mais se nas capitais de São Paulo e Rio de Janeiro não fosse a moto preferida dos ladrões.

★★

BMW G 650 GS

TOCADA

Por ser mais baixa e contar com roda dianteira menor é a mais fácil de pilotar. Os baixinhos agradecem.

★★★★

DIA A DIA

Bem próximo do ideal se não fosse o guidão muito largo. O baixo consumo é bem significativo.

★★★★

ESTILO

Diante das concorrentes, está um passo atrás. Melhorou depois do recente face-lift, mas a traseira com uma ponteira de escape falsa

não agrada.★★★ MOTOR E TRANSMISSÃO

Motor ruidoso e câmbio não tão macio quanto o das concorrentes, mas tem vida longa sem necessidade de manutenção periódica.

★★★★

SEGURANÇA

A única deste comparativo equipada com sistema ABS nos freios. Bom no molhado, quando acrescenta segurança.

★★★★

MERCADO

Uma BMW, com sistema ABS e manoplas aquecidas, por 29 900 reais é bem interessante. Seguro baixo, confiável e econômica. Vende fácil, tanto zero como usada.

★★★★★

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