Você sempre pode recorrer ao freio do carro, mas não precisa fazer isso sempre que precisar reduzir a velocidade. É aí que entra o freio-motor, que nada mais é do que a resistência imposta pelo motor com o veículo em movimento, e que pode ajudar a poupar componentes do carro e combustível.
O freio-motor é a maneira mais correta e segura controlar a velocidade no carro, principalmente em trechos de descida de serra. Pode ser apenas deixando de acelerar, ou reduzindo marcha. Muitas vezes, é descer uma ladeira na mesma marcha que você usaria para subir.
Ao fazer isso, você deixa de pisar no acelerador, mas as rotações continuam altas. Isso porque o motor começa a funcionar pelo embalo do carro, cortando a injeção de combustível e, eventualmente, alterando o comportamento do comando válvulas variável. É o chamado efeito “Cut off”.
Assim, você poupa lonas e pastilhas de freio, e também combustível. No cut off, o motor simplesmente para de injetar combustível na câmara de combustão.
Para quem acredita que descer na “banguela” — ou seja, com o carro desengrenado — economiza combustível, saiba que acontece justamente o contrário em um motor moderno. Em ponto morto, o sistema do carro não corta a injeção e tende a alimentar o motor.
Mas o ponto mais importante de descer com o carro engrenado está nos freios. Em ponto morto, o uso do pedal do freio será constante, já que o motor não ajudará a manter o carro em uma velocidade ideal. Isso acarreta em um desgaste excessivo dos componentes e, no pior dos casos, um superaquecimento dos freios, deixando-os inoperantes.
E se o carro começar a “urrar” muito, não se preocupe. Todos os motores são projetados para essa situação e operam em rotações mais altas. Mas sempre fique atento à rotação máxima do seu carro, a famosa linha vermelha no conta-giros, e mantenha o carro funcionando abaixo dela. Também é possível encontrar o limite de rotações do motor no manual do seu veículo.
Mas e o câmbio?
Embora o freio-motor traga muitos benefícios é preciso tomar um pouco de cuidado para não sobrecarregar o câmbio.
Em câmbios manuais, quando se estiver utilizando o freio-motor, evite descer demais as marchas. Ou seja, não passe da quinta para a segunda, mude aos poucos. Primeiro passe para a quarta, depois terceira e, se necessário, desça para a segunda.
Para os carros automáticos, primeiro você deve tirá-lo do modo Drive. Em seguida, você deve usar o modo correspondente do seu veículo. Alguns, terão a posição L (de Low) ou S, que fazem com que o câmbio use as marchas mais baixas por mais tempo.
Há ainda algumas variações com números (D1, D2, D3 ou L1, L2 e L3), nesse caso, o carro vai se limitar às marchas que correspondem aos números.
Se houver a opção, você pode colocá-lo em modo manual e efetuar a redução através das borboletas no volante ou na própria alavanca.
Já para os câmbios CVT é necessário ter um pouco mais de atenção. Consulte o manual para saber exatamente as velocidades de troca de marcha do veículo. Essa relação, ajudará a saber quando reduzir as marchas, evitando a sobrecarga da transmissão.