Velho conhecido do brasileiro, o Opala sofreu uma revitalização em 1980 que lhe permitiu atravessar a década com o título de maior e mais sofisticado automóvel brasileiro. Entre suas versões destacava-se o Comodoro, que perdera o status de topo de linha para o Diplomata no ano anterior, mas ainda mantinha a aura de sofisticação.
As mudanças começavam por uma atualização do design: linhas retilíneas em capô e porta-malas, com faróis, piscas e lanternas traseiras retangulares e envolventes. A placa traseira estava agora entre as lanternas e escondia o bocal de combustível (como no Corcel II) e os para-choques ficavam mais robustos, mesclando bordas cromadas e centro preto. Um friso de borracha ornava e protegia a lateral.
LEIA MAIS:
>> Grandes Brasileiros: Chevrolet Opala Standard / L / SL
>> Conheça o colecionador que já acumula doze Opala SS
Controversa, a reestilização não agradou a todos, mas o comportamento dinâmico sim: bitolas mais largas e geometria de direção revista tornavam ainda melhor a performance dos pneus radiais, agora de série. O Comodoro evoluiu para uma dirigibilidade neutra e direção mais precisa. O esmero no acabamento era superior ao dos Opala básicos, com carpete até no porta-malas, mas o desenho do painel era o dos anos 60, preto e marrom – não havia mais a opção do vinho. Pintura metálica, direção hidráulica, câmbio de quatro marchas e retrovisor direito estavam entre os opcionais mais pedidos.
O painel redesenhado, todo de plástico, viria em 1981. Entre os avanços, hélice do radiador com embreagem eletromagnética e válvula equalizadora no freio, atenuando a tendência de travar a traseira. Em 1982, ganhou ignição eletrônica e um tanque tão grande (84 litros) que invadia o porta-malas, agora de abertura elétrica. Mas as alterações só evidenciavam o abismo que separava o Opala do moderno Monza, lançado no mesmo ano. Notava-se a idade do projeto nos engates duros e imprecisos do câmbio de cinco marchas, adotado em 1983 no quarto-cilindros. O sucesso do cupê estava em combinar luxo e desempenho por apenas 70% do preço de um Diplomata.
No meio da década o acabamento externo mudou, com retrovisores maiores e maçanetas embutidas nas portas. As lanternas passavam a ter os piscas de cor âmbar e os para-choques invadiam as laterais.
O Comodoro resistia ao avanço da concorrência com preços convidativos: agora era possível adquiri-lo por 65% do que se cobrava por um moderno Monza. Mas suas largas colunas traseiras ainda comprometiam a visibilidade, fazendo com que o vidro térmico traseiro fosse opcional quase obrigatório.
O canto do cisne do cupê foi em 1988, quando o Comodoro herdou a sigla SL/E do Monza, que inspirou ainda o formato trapezoidal dos faróis. Na traseira, uma cobertura plástica obrigava a placa a voltar à posição tradicional. No interior, opcionais inéditos: coluna de direção ajustável, saídas de ar na traseira e temporizadores dos vidros, faróis e luz interna. Eixo cardã bipartido, barra estabilizadora dianteira mais grossa e amortecedores pressurizados completavam a última atualização. É desse ano o Comodoro 4.1 do professor Marcelo Bocchi, de São Bernardo do Campo (SP).”A experiência de dirigir o último dos Comodoro cupê é surpreendente: esbanja maciez e conforto. O desempenho do seis-cilindros nas retas é fantástico, especialmente em retomadas e ultrapassagens.”
O Opala foi fabricado por mais quatro anos, só na versão de quatro portas, como o carro favorito de órgãos governamentais e entusiastas do modelo. Mas o cupê, desde sua apresentação, em 1971, nunca mais deixou a imaginação e os sonhos dos opaleiros.
OPALA COMODORO 2.5 (ÁLCOOL) | |
---|---|
Aceleração de 0 a 100 km/h | 18,65 s |
Velocidade máxima | 146,7 km/h |
Frenagem de 80 km/h a 0 | 33,9 m |
Consumo urbano | 7,41 km/l |
Consumo rodoviário | 9,23 km/l |
Motor | longitudinal,6 cilindros em linha, carburador de corpo duplo, a álcool |
---|---|
Cilindrada | 4097 cm3 |
Potência | 134,4 cv(ABNT) a 4 000 rpm |
Torque | 30,1 mkgf a 2000 rpm |
Câmbio | manual de 4 marchas, tração traseira |
Dimensões | comprimento, 480 cm; largura, 177 cm; altura, 137 cm; entre-eixos, 267 cm |
Peso | 1220 kg |
Suspensão dianteira | McPherson |
Suspensão traseira | eixo rígido com molas helicoidais |
Pneus | 195/70 R14 radiais |