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Grandes Brasileiros: Volkswagen Parati LS

Por anos e anos, a Parati sobreviveu a gerações de concorrentes como ícone de jovialidade

Por Fernando Garcia
Atualizado em 14 abr 2017, 13h23 - Publicado em 12 abr 2017, 20h02
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  • Linhas retas e mecânica originada do Passat
    Linhas retas e mecânica originada do Passat (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    Após o fim da produção da Variant II, em dezembro de 1980, a Volkswagen ficou sem representante no segmento das peruas. A concorrência tinha projetos de concepção mais moderna e a montadora alemã precisava se mexer.

    Sua carta na manga era o projeto BX, iniciado em 1976. Dele surgiriam frutos como o Gol, líder de vendas há 20 anos, e o três-volumes Voyage. Baseado no desenho desses dois modelos, a VW elaborou uma versão perua, lançada em junho de 1982.

    Com a chegada da Parati, como foi batizada, cada uma das quatro principais montadoras nacionais tinha suas peruas. Havia as pequenas Chevrolet Marajó e Fiat Panorama e as maiores Ford Belina e Caravan, esta também da Chevrolet.

    Apesar de utilizar a mesma plataforma do Gol, a suspensão dianteira da Parati recebeu molas e amortecedores recalibrados e na traseira os reforços se estenderam aos braços. O eixo de trás ganhou válvulas equalizadoras de pressão dos freios, para que estes não variassem com a quantidade de carga transportada.

    O friso ajudava a proteger a lateral e era privativo da LS
    O friso ajudava a proteger a lateral e era privativo da LS (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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    O porta-malas levava 620 litros até o teto com o banco traseiro na posição normal e 1.380 litros com o assento rebatido. Pela primeira vez, a VW oferecia rodas de liga leve opcionais.

    No primeiro teste de QUATRO RODAS com o modelo, em junho de 1982, Cláudio Carsughi elogiava o equilíbrio da suspensão e dos freios com a perua vazia ou carregada, mas apontava a falta de um termômetro na Parati GLS, topo-de-linha.

    Ao ser lançada, a Parati dispunha do motor 1.5 de 78 cv a gasolina do Passat. No teste, chegou a 143,712 km/h e foi de 0 a 100 km/h em 16,54 segundos.

    Dois meses depois chegou o motor 1.6, também emprestado do Passat, disponível tanto a gasolina quanto a álcool. Num comparativo de agosto de 1982 com a Belina, ambas 1.6 a álcool, Emílio Camanzi notou a melhora na dirigibilidade da Parati e sua rapidez nas ultrapassagens. Ela atingiu 157,894 km/h e precisou de 13,91 segundos para ir de 0 a 100 km/h.

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    No consumo rodoviário, a perua Ford levou vantagem, graças ao câmbio de cinco marchas, recurso de que as Parati LS e GLS passariam a dispor só no fim de 1984. Com isso, o consumo caiu consideravelmente, de 11,62 para 13,03 km/l com a perua vazia.

    Vista a partir do banco da frente, a Parati é um perfeito Gol
    Vista a partir do banco da frente, a Parati é um perfeito Gol (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    A Parati cinza Hymalaya que você vê é uma versão LS a álcool de quatro marchas de 1986 e pertence ao comerciante de veículos Camilo Cechinel Fontana, de Curitiba (PR). “Uso o carro em viagens e digo que não deve nada aos novos. Seu desempenho é excelente, apesar de o consumo ser um pouco elevado, fazendo de 6,5 a 7 km/l”, diz Fontana.

    Com mesmo bloco e cabeçote do Santana 1.8, o motor 1.6 ganhou 4 cv para 1986. Nova frente e bagageiro vieram no ano seguinte, quando a Parati já rendia 90 cv.

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    Na humildade do painel, o relógio de horas é luxo
    Na humildade do painel, o relógio de horas é luxo (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    Foi quando sua presença alcançou o mercado americano com o nome de Fox Wagon. Opção inferior ao Golf, a perua passou por mais de 2000 alterações para adaptar-se à legislação de lá, como a adoção de injeção eletrônica e catalisador, item surgido por aqui somente em 1992.

    “Sua performance surpreendente e excelente visibilidade, aliadas a seu visual agradável, fazem da VW Fox GL Wagon mais que só a líder de seu segmento”, dizia a revista Motor Trend em fevereiro de 1988. “Ela provavelmente será a campeã geral de vendas.”

    O motor 1.8 de 96 cv foi a grande novidade daquele ano. Após a chegada das mais modernas Fiat Elba e Chevrolet Ipanema na segunda metade dos anos 80, a Parati ainda se destacava pelo desempenho. Ela liderava o mercado de peruas desde 1983, era a preferida dos jovens, mas a idade começava a pesar.

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    O porta-malas leva 620 litros. Com encosto rebatido, 1.380
    O porta-malas leva 620 litros. Com encosto rebatido, 1.380 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    A escalada de potência prosseguiu com a geração “bolinha” da linha 1996. A aparência seguia a do Gol 1995 e tinha vidros basculantes para os passageiros do banco de trás. Primeira Parati com injeção eletrônica, seu motor 2.0 de 109 cv era o mesmo do Gol GTi e o ABS era opcional.

    O motor 1.0 de 69 cv marcou 1997. Outra novidade veio para 1998: as aguardadas duas portas a mais. Até motor 1.0 Turbo de 112 cv ela teve. Depois disso, a Parati acompanhou as reestilizações do Gol e ganhou versões com apelo esportivo e aventureiro como Summer, Sunset, Track & Field e Crossover.

    Com mais de 25 anos de mercado, ela acabou perdendo participação para a Fiat Palio Weekend até ser retirada de linha, em 2012, substituída (sem o mesmo sucesso) pela SpaceFox.

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    * reportagem originalmente publicada na edição 575 de fevereiro de 2008

     

    Ficha técnica – VW Parati LS 1986

     

    Teste QUATRO RODAS – março de 1984

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