A renovação da linha da Renault no Brasil é um trabalho de longo prazo e que deu apenas um passo até agora, com a chegada do Kardian às concessionárias. O próximo modelo está em desenvolvimento e foi confirmado oficialmente pela marca para o ano que vem, com produção em São José dos Pinhais (PR).
Durante o Festival Interlagos, realizado no último final de semana em São Paulo, o presidente da Renault no Brasil, Ricardo Gondo, confirmou a estreia do novo SUV nacional 2025. Gondo diz que o projeto está finalizando as simulações digitais e os primeiros protótipos nacionais serão produzidos no Panará ainda em 2024. Os primeiros protótipo, porém, vieram da Romênia.
Segundo o executivo, o projeto está caminhando rapidamente por conta da digitalização, utilizada para modelar componentes junto aos fornecedores. Isto reduz o tempo de desenvolvimento de cinco para três anos.
Este novo SUV médio tem aspirações globais, assim como Kardian, e o Brasil será o primeiro local a produzi-lo. Todo o trabalho de desenvolvimento está sendo feito pelo time brasileiros. A Renault destinou R$ 2,1 bilhões do investimento de R$ 5 bilhões para o mercado brasileiro.
Base de Kardian e híbrido
O que está confirmado é que será produzido com a RGMP, que estreou com o Kardian. Modular, esta arquitetura pode ser utilizada em modelos de diversos tamanhos, incluindo o futuro SUV de 7 lugares Bigster e a inédita picape intermediária baseada no conceito Niagara.
Como revelado por nossos colegas do Autos Segredos, o novo SUV médio é conhecido internamente como projeto R1312. A inspiração para o seu design será o Rafale vendido na Europa, que inclusive já tem unidades no Brasil sendo utilizadas para testes – da mesma forma que a nova geração do Stepway adiantou as provas do Kardian. Mas elementos da carroceria do modelo nacional poderão ser aproveitados do Kardian, em uma simbiose semelhante àquela que existe entre os Fiat Pulse e Fastback.
A ideia de ter um SUV cupê no Brasil não é novidade. A Renault chegou a anunciar que teria um modelo deste tipo em 2018, compartilhado com a Rússia e que acabou sendo o Arkana, construído com a mesma plataforma B0 de Duster e Captur. Porém, nunca desembarcou por aqui. Tempos depois, a marca mostrou interesse em trazer o Arkana europeu (este com plataforma do Clio), que chegou a ser visto em testes e, novamente, não foi lançado.
A intenção da Renault com seu novo utilitário será ter um SUV cupê de porte próximo ao de modelos médios, como Jeep Compass e Toyota Corolla Cross.
Por isso, também terá uma versão híbrida plena, derivada de um conjunto europeu usado pela Renault e pela Dacia, que combina um motor 1.6 de quatro cilindros em ciclo Atkinson de apenas 94 cv, um motor elétrico principal de 52 cv e um gerador de partida de 24 cv, gerando uma potência combinada de 143 cv através de um câmbio automático de dupla embreagem e tração dianteira.
Na mesma apresentação, Gondo reiterou que a Renault terá um motor híbrido no Brasil, que será fabricado em São José dos Pinhais na linha da Horse, sua empresa especializada em propulsores. Mas todos os motores da Renault fabricados no Brasil serão eletrificados nos próximos anos, incluindo o três-cilindros 1.0 TCe do Kardian e o quatro-cilindros 1.3 turbo do Duster, que ainda será nacionalizado. Ambos serão combinados a um sistema híbrido-leve de 48V.
Ainda irão além: a futura picape Renault Niagara, com porte da Fiat Toro, terá o motor 1.3 eletrificado instalado na dianteira e um motor elétrico no eixo traseiro, compondo uma tração integral e um sistema híbrido plug-in.