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Exclusivo: aceleramos o Novo Puma

Dirigimos em Interlagos o protótipo que reedita a trajetória do mais bem-sucedido esportivo nacional

Por Paulo Campo Grande Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 ago 2022, 11h45 - Publicado em 6 jul 2017, 17h59
O novo Puma tem motor VW de 120 cv com câmbio manual de cinco marchas
O novo Puma tem motor VW de 120 cv com câmbio manual de cinco marchas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O mais lendário esportivo brasileiro está de volta às pistas. Exatos dois anos e cinco meses após anunciar seu retorno (novembro de 2014), a nova geração do Puma ficou pronta.

A primeira aparição pública aconteceu no Autódromo de Interlagos, durante uma etapa do Torneio Interlagos de Regularidade. A convite da Mesgaferre, empresa dona do projeto, nós estivemos lá para conhecer a novidade.

Dividi o volante com dois pilotos da fábrica: Luiz Costa e Gabriel Maia. Fui o terceiro a entrar na pista, mas a espera foi recompensada.

O novo Puma é um carro de corrida. Com o slogan “Nas pistas nascemos, pelas pistas voltaremos”, o objetivo dos construtores é reeditar este ano (leia texto abaixo) a saga do esportivo que surgiu nas competições antes de ficar famoso nas ruas.

O esportivo se mostrou rápido e obediente em Interlagos
O esportivo se mostrou rápido e obediente em Interlagos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O primeiro Puma de passeio, lançado em 1966, tinha chassi e mecânica de um campeão das pistas: o GT Malzoni, da Vemag, de 1964. Agora o chassi é tubular e a mecânica, da VW, marca que equipou os Puma a partir de 1968. Na época, foram usados motores 1.5 e 1.6.

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Puma GT 1968: fonte de inspiração
Puma GT 1968: fonte de inspiração (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Hoje o novo Puma é empurrado pelo 1.6 do Fox, com 120 cv, acompanhado do câmbio manual de cinco marchas. A carroceria é o que os italianos chamam de barchetta: não tem portas, nem teto.

Na cabine há dois lugares, como determinam os regulamentos de algumas provas de regularidades, que incluem piloto e navegador. E o estilo que coube ao designer Du Oliveira foi inspirado no Puma GT fabricado entre 1968 e 1975.

Chegou minha vez de acelerar. Ajustei-me ao volante, apertei os cintos e saí. Deixei os boxes preocupado em sentir o carro. A primeira característica que chamou a atenção foi a direção: mais leve do que eu esperava.

A embreagem também não exigia força e o câmbio aceitava as trocas rápidas com precisão. Até aí, eu havia percorrido só o trecho da saída dos boxes e parte da reta oposta.

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PCG teve a experiência de pilotar o novo Puma
PCG teve a experiência de pilotar o novo Puma (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Não fosse o ronco forte e alto do motor e a suspensão copiando cada pedrisco do asfalto, parecia que eu estava ao volante de um carro de rua. No final da reta oposta, porém, tive de fazer a primeira frenagem e, logo depois, a primeira curva.

O freio se mostrou eficiente, mas, ao contrário da embreagem, exigiu que eu pisasse forte, como em um kart, para ver a velocidade baixar. “Você tem que subir no freio”, foi o conselho de Luiz Costa, ainda no boxe.

Fiz um punta-tacco e sem sustos voltei a acelerar. Se alguém estivesse filmando, poderia registrar um sorriso em meu rosto satisfeito com o comportamento do carro.

O Puma se revelou perfeitamente sob controle nas curvas no trecho conhecido como Descida do Lago. Segui acelerando, já me sentindo familiarizado com o carro. Passei pelo Laranjinha, um trecho em aclive que o piloto não vê o asfalto no final da curva, com tranquilidade.

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O Puma se revelou perfeitamente sob controle nas curvas
O Puma se revelou perfeitamente sob controle nas curvas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Venci o “S” e o Pinheirinho com prazer e segui para o Bico do Pato. Esse ponto é tenso para mim. Como os pilotos falam, no Bico do Pato há uma curva dentro de outra.

Eu sempre contorno esse pedaço da pista com todo cuidado, mas o Puma se comportou bem, assim como nas curvas seguintes: Mergulho, Junção e Subida dos Boxes.

Ao entrar na reta, lembrei que o desafio aqui seria descobrir o ponto de frenagem antes do S do Senna. Mesmo assim, pisei fundo e devo ter chegado perto dos 200 km/h.

O emblema é uma fera
O emblema é uma fera (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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A máxima divulgada pelos construtores é 205 km/h. O Puma pesa 570 kg, segundo a fábrica, o que significa uma ótima relação peso/potência (4,75 kg/cv).

O piloto Gabriel Maia me disse que eu deveria começar a frear faltando 100 metros para o S do Senna. E foi isso que eu fiz. Contornei o S, a Curva do Sol e a partir daí as coisas começaram se repetir.

Exclusivo: aceleramos o Novo Puma
Sua relação peso/potência é de 4,75 kg/cv (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Já sentia o Puma como extensão do meu corpo, fazendo volta atrás de volta, quando de repente vi a bandeira quadriculada sendo agitada. Era o final do test-drive.

Senti um misto de alegria e tristeza. Alegria porque sempre é bom receber a bandeirada ao cruzar a linha de chegada. Tristeza porque aquilo significava que minha experiência chegava ao fim.

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Em breve nas ruas

Púma GT Lumimari
(Divulgação/Quatro Rodas)

O novo Puma terá uma versão para as ruas (homologado como protótipo para atender à legislação). Batizado de Puma GT 2.0 Lumi, ele está em fase final de desenvolvimento e deve ser lançado em dezembro deste ano.

O carro de passeio usará a mesma base do modelo de pista, mas a mecânica será Chevrolet, com 180 cv, de acordo com os construtores. Assim como o carro de corrida, a versão de rua também foi desenhada pelo designer Du Oliveira.

O plano de fazer uma versão de rua existe desde o início do projeto da nova geração. A ideia de trazer o Puma de volta nasceu em uma roda de amigos, em 2012.

Daí surgiu a Sociedade de Automóveis Mesgaferre Ltda., empresa registrada com as iniciais dos nomes dos proprietários; Fernando Mesquita (Mes/Fe) e Reginaldo Galafazzi (Ga/Re), à imagem e semelhança da primeira fábrica do Puma.

A histórica Sociedade de Automóveis Lumimari Ltda., de Luiz Roberto Alves da Costa (Lu), Milton Masteguim (Mi), Mario César de Camago Filho (Ma) e Rino Malzoni (Ri).

Para o carro de corrida, inicialmente o objetivo era criar uma nova categoria de automobilismo com regulamento próprio.

Mas agora a Mesgaferre planeja montar sua própria equipe para competir em duas categorias já existentes: Força Livre e Endurance.

Ficha técnica

  • Motor: traseiro, transversal, 4 cilindros, 1.598 cm³, 16V, 120 cv e 15 mkgf.
  • Câmbio: manual de 5 marchas, tração traseira
  • Freio: discos ventilados e perdurados, nas quatro rodas
  • Suspensão: duplo A nos dois eixos
  • Chassi: tubularem aço
  • Carroceria: fibra de vidro
  • Dimensões: comp., 424 cm; largura, 179 cm; altura, 128 cm; entre-eixos, 2,47; peso, 570 kg (estimado)
  • Pneus: Pirelli P Zero 235/45 R18 (diant.), 245/45/R18 (tras.)
  • Desempenho: vel. máx., 205 km/h; tempo de volta em Interlagos (4.309m), 2min10s (dados de fábrica)
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