Jaguar XF: modernidade clássica
Sucessor de uma linhagem aristocrata, o Jaguar XF de segunda geração aposta em esportividade e design agressivo sem esquecer suas raízes
Duas coisas me afastam dos coquetéis que a Jaguar oferece a potenciais clientes: dinheiro e idade. Faltam-me ambos. Mas vamos nos concentrar no segundo item. Aos 35 anos, sou muito jovem para um XF, já que a faixa etária dos compradores do modelo varia entre 40 e 60 anos. Atrás do volante, tive a sensação de ter pegado o carro de meu pai – isso, claro, se ele atendesse ao primeiro critério que citei. Porém, essa percepção é um sinal dos novos tempos.
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Há 11 anos, se estivéssemos falando do S-Type (antecessor do XF), a impressão seria de eu ter afanado as chaves do meu avô. E essa guinada de imagem não ocorreu por acaso. A Jaguar quer conquistar um público mais jovem e agradar a uma geração que não quer ser vista em automóveis caretas. Por isso, a segunda geração do XF está recheada de truques incomuns à fidalguia: rodas pretas, bancos vermelhos e oferta de cores mais ousadas – como a pintura vinho da unidade avaliada. Não há cromados na carroceria. O filete brilhante que ligava as lanternas traseiras foi substituído por uma régua em piano black. Por dentro, as poucas peças reluzentes têm acabamento fosco.
Até a parte mecânica rompe tradições: a versão de entrada é adepta do downsizing (usa motor 2 litros de 240 cv) e faz uso de turbocompressor. Porém, os acenos da nobreza são evidentes, como no passado: há couro legítimo nos bancos e Alcantara no teto e colunas internas. E pela primeira vez a assistência de direção é do tipo elétrico, recurso que a Jaguar evitou por anos. Para aumentar o espaço para as pernas de quem viaja atrás, o entre-eixos foi alongado em 51 mm (296 cm). E os passageiros contam com saídas de ar e tomadas de 12V.
Outra estreia é a carroceria feita de alumínio, metal que reduziu o peso em 190 kg, em comparação com a geração anterior. A distribuição de peso está próxima de 50/50, medida que favorece a estabilidade.
Apesar de seus 495,4 cm de comprimento, o XF é fácil de manobrar e bom de curva. Ele emprestou a suspensão do tipo duplo A do esportivo F-Type. E conta com um sistema de vetorização de torque por frenagem. Essa tecnologia freia as rodas internas à curva em condições extremas, ajudando o motorista a efetuar contornos fechados em maior velocidade. Mas isso não se reflete em rodagem dura (como no Série 5 e Audi A6). Esse britânico tem suspensão macia e aceleração progressiva e sem trancos.
O XF R-Sport (R$ 288.600) se diferencia da Prestige (R$ 264.700) pelo pacote visual: rodas pretas, assentos esportivos e body kit com para-choques mais agressivos. No topo da gama, o XF S custa R$ 381.100 e oferece um V6 3.0 de 380 cv. Com essas credenciais, a Jaguar espera liderar esse segmento de sedãs de luxo.
VEREDICTO
A evolução do XF foi brutal. Tem visual magnético, interior bem feito e longa lista de equipamentos. Além disso, o preço é competitivo perto dos rivais.
ACELERAÇÃO | |
---|---|
de 0 a 100 km/h: | 7,7 s |
de 0 a 1.000 m: | 28,2 s / 190 km/h |
VELOCIDADE MÁXIMA: | 250 km/h (dado de fábrica) |
RETOMADAS | |
de 40 a 80 km/h: | 3,5 s |
de 60 a 100 km/h: | 4 s |
de 80 a 120 km/h: | 5 s |
FRENAGENS | |
60 / 80 / 120 km/h a 0: | 15,8 / 28,3 / 62,3 m |
CONSUMO | |
Urbano: | 8,8 km/l |
Rodoviário: | 14,9 km/h |
Preço: | R$ 288.600 |
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Motor: | gas., turbo, long., 87,5 x 83,1, 10:1, 4 cil., 1.999 cm3, 16V, 240 cv a 5.500 rpm, 34,7 mkgf entre 1.750 e 4.000 rpm |
Câmbio: | automático, 8 marchas, tração traseira |
Suspensão: | Duplo A (diant.)/multilink (tras.) |
Freios: | discos vent. (diant. e tras.) |
Direção: | elétrica, 11,3 m (diâm. giro) |
Rodas e pneus: | liga leve, 245/45 R18 |
Dimensões: | comprimento, 495,4 cm; altura, 145,7 cm; largura, 209,1 cm; entre-eixos, 296 cm |
Equipamentos de série: | ar dualzone, GPS, banco de couro, xenônio, som de 380W, teto solar |