Em menos de 40 anos a Geely passou de fabricante de refrigeradores a um dos maiores conglomerados automotivos do mundo, dono de marcas como Volvo, Polestar, Smart, Lotus, Zeekr e Lynk & Co. E o Brasil está entre os principais mercados para sua expansão fora da China nos próximos anos.
Na verdade, essa expansão já começou. A Zeekr começa a vender seus carros elétricos de luxo no Brasil em setembro, enquanto a Polestar anunciou sua estreia no Brasil para 2025. As duas empresas terão operações completamente independentes da Volvo, que tem o Brasil como sede para suas operações para a grande maioria dos mercados onde atua.
Ainda tem a Riddara, que começará a vender a picape elétrica RD6 também em setembro, mas por meio de um distribuidor local.
Mas os planos da Geely são ainda maiores. O conglomerado chinês vem promovendo estudos sobre o mercado brasileiro para identificar oportunidades para todas as suas marcas, inclusive os próprios Geely, e até mesmo os carros esportivos da Lotus.
A Geely está no controle de 13 fabricantes de automóveis, contando com a LEVC, fabricante dos tradicionais táxis pretos de Londres – que hoje são elétricos.
Uma das mais cotadas para representar o próximo passo da Geely no Brasil é a Lynk & Co, que tem relativo sucesso no mercado europeu com seus SUVs híbridos plug-in com preços acessíveis. A maioria dos seus carros são baseados na plataforma CMA, do Volvo XC40.
A marca vive, hoje, seu processo de expansão para a Oceania, mas trata a América Latina como a próxima fronteira da sua expansão. Inclusive já tem acordo com representantes no Chile, Costa Rica e República Dominicana.
Outra marca esperada é a Lotus, por conta da operação menor e por estar em uma nova fase, com produtos modernos em plena transição dos motores a combustão (fornecidos pela Mercedes-AMG) para os elétricos.
Na verdade, até já tem um carro elétrico: o Lotus Eletre, seu primeiro SUV, tem versões que entregam desde 611 cv a até 917 cv, caso do Eletre R, que promete aceleração de 0 a 100 km/h em 2,9 segundos.
A carroceria do Lotus Eletre é feita em fibra de carbono e alumínio para se tornar mais leve e está cheia de buracos, que funcionam como túneis por onde o ar passa, desse modo, melhorando a aerodinâmica. Isso combina com as câmeras no lugar dos retrovisores.
O carro elétrico mais recente da empresa, porém, é o sedã elétrico Lotus Emeya, com a mesma mecânica do Eletre.
A própria marca Geely poderia retornar ao Brasil, visto que chegou a ter seus carros vendidos no país entre 2012 e 2014. Hoje, porém, sua linha de produtos está mais moderna – alguns carros se valem dos motores 1.5 e 2.0 dos Volvo, por exemplo – e inclui duas linhas de carros elétricos: os mais baratos são os Geometry e os premium são os Galaxy.
Outras que também têm passado no Brasil são a Smart (que hoje só vende SUVs elétricos) a Lifan. Na verdade, a LIfan faliu há alguns anos e acabou sendo absorvida pela Geely, que a integrou à marca Maple formando a Livan, que desde 2023 vem procurando seu espaço no mercado chinês.